Tiago Iorc

Há cerca de dois anos, Tiago teve sua música “Nothing but a Song” como trilha no seriado teen Malhação. O músico de apenas 23 anos não tinha nem CD lançado ainda. Foi por e-mail que tudo aconteceu. Lançou o álbum “Let yourself in”, e desde então suas músicas emplacaram nas novelas Duas Caras, A Favorita, na nova das oito, Viver a Vida e no filme Se eu Fosse Você 2.

Até agora, Tiago só compõe e canta em inglês. Morou quando criança na Inglaterra e nos Estados Unidos. E mais, diz que se considera gaúcho de coração: “Toda minha família é gaúcha.” Ele conta que já conhecia o hagah dos tempos que morava em Curitiba.

Esta semana ele faz seus primeiros shows em Porto Alegre, na quinta e no domingo no John Bull Pub. Na sexta, toca em Passo Fundo, e aproveita para visitar a família. Sábado, Tiago vai estar no Djunn Music Place, em Balneário Camboriú, oportunidade para ver os pais dele, que estão morando por lá.

Suas músicas estiveram em várias novelas. E você teve seu primeiro hit na Malhação antes mesmo de lançar o CD, como foi isto?
Foi por causa dessa música “Nothing But a Song” que tudo começou a acontecer. Eu tinha uma gravação caseira que repassei por e-mail para alguns amigos e esse e-mail acabou chegando na Som Livre. A partir daí veio o convite de gravar o CD. Foi assim despretensiosamente, eu não batalhava por isso.

Você lançou o CD também no Japão. No site de divulgação tem até mensagens para você em japonês. Alguém lhe traduziu elas? O que dizia?
O CD foi lançado lá em agosto, gravei umas vinhetas de divulgação. Eu tenho umas fãs em São Paulo e lá tem uma colônia grande de japoneses, então, elas me ajudaram. Do que elas conseguiram traduzir eram coisas boas, não me lembro de cabeça agora, mas estavam elogiando o trabalho.

E o álbum foi lançado em mais algum país?
Foi no Brasil e Japão. E teve uma música minha também numa compilação de um CD lançado na Polônia. Foi a regravação de “Ticket to Ride”, dos Beatles.

No Orkut tem uns 20 perfis com seu nome, algum deles é verdadeiro?
Nenhum. Eu deixei de usar há muito tempo.

Seu twitter e seu blog, é você mesmo quem escreve?
O twitter sim, sou eu. O blog é uma parceria: as coisas mais pessoais sou eu, e de divulgação é o pessoal do escritório que trabalha comigo.

Numa entrevista sua com o Jô Soares, você disse que nasceu em Brasília, mas se considera gaúcho de coração. Por quê?
Minha família é toda gaúcha de Passo Fundo e eu morei lá quando era criança. Morei em Curitiba também, durante quatro anos. Agora, meus pais moram em Balneário Camboriú. Em abril e maio deste ano eu vim pro sul fazer divulgação do CD nas rádios, passei por Passo Fundo, Marau, Vacaria, Caxias, Bento, Farroupilha e Porto Alegre.

Você chegou a passear nas cidades, o que se lembra de Porto Alegre?
Eu passei muito rápido porque era turnê de divulgação. Conheço pouco de Porto Alegre. Eu me lembro que fiz uma excursão com o colégio para o Museu da PUC, quando eu tinha uns 15 anos.

Já sabe o que vai fazer depois do show, o que você quer conhecer aqui em Porto Alegre?
Na quinta depois do show a gente vai direto pra Passo Fundo que tem show lá também (na sexta). Domingo a gente volta pra outro show em Porto Alegre, mais cedo, daí eu acho que vai dar tempo de fazer alguma coisa. Mas não sei, conheço tão pouco, quero sugestões até... Meus amigos que já foram pra aí me falaram da Cidade Baixa.

Você já morou na Inglaterra, Estados Unidos, onde mais? No que seus pais trabalhavam que se mudavam tanto?
Morei em Brasília quando neném, em Passo Fundo, Curitiba e, agora, no Rio. Meu pai é engenheiro agrônomo e na época em que a gente se mudava ele estava estudando ainda. A empresa em que ele trabalhava estimulava o estudo e as viagens.

Quantos irmãos você tem?
Tenho quatro irmãos só (risos). Todos mais velhos. São duas irmãs e um irmão que moram em Passo Fundo e tenho uma irmã americana que mora na Carolina do Norte.

Você já compôs alguma música em português? Como é isso de compor em inglês, você acha que soa mais bonito ou é porque você se acostumou com a língua?
Um pouco é por ter facilidade com a língua inglesa, por gostar da sonoridade.. A língua portuguesa é linda também, eu admiro quem consegue trabalhar com ela, se eu fizer alguma coisa que goste, quem sabe....

Foi alfabetizado em português ou inglês?
Quando era criança eu falava só em inglês. Minha mãe falava comigo em português e eu respondia em inglês. Voltei da Inglaterra pra Passo Fundo com cinco anos e tive um pouco de dificuldade, minha irmã mais velha era quem me ajudava.

Que bandas você ouve?
Ah, eu ouço muita coisa. Hoje em dia estou ouvindo bastante a Just off Turner, é uma banda independente de Los Angeles. Eu descobri no ano passado e comecei a tocar algumas músicas deles nos meus shows. Meus fãs costumam gravar as
músicas e em seguida já postam no youtube. E assim a banda ficou sabendo e entrou em contato comigo. O tecladista veio pro Rio há pouco e a gente se conheceu. Estou ouvindo também Jeff Buckley e de som brasileiro a Maria Gadu. Conheci ela no Rio no ano passado, vocês vão ouvir muito dela ainda.

E você pensa em fazer parcerias?
Eu gosto dessa ideia de dividir a experiência da composição, pode ser uma boa.

Quando você morava em Curitiba como era sua vida lá? Onde você gostava de comer? Ia pra balada?
Fui pra lá com 17 anos, fazia Faculdade de Publicidade na PUC e Música na Federal. Eu tinha uma banda, acabava saindo na noite pra tocar, conheço praticamente todos os bares de lá. A gente tocava, por exemplo, no Yankee American Bar, no Sheridan´s. Tem uma franquia de restaurantes de hambúrguer, que eles se dão o luxo de se chamar “o melhor hambúrguer do mundo”, e realmente é muito bom, o Madero. Tem a sorveteria Marcolini também, que é muito boa.

Você fazia duas faculdades ao mesmo tempo?
É... Na Faculdade de Publicidade eu me formei. Eu toco desde pequeno, eu sempre levava a música junto comigo. Quando adolescente comecei a formar uma banda pop e a tocar na noite e comecei a gostar. Então, entrei na Faculdade de Música como um projeto paralelo. Mas ficou pesado e tive que optar por uma. Eu gostava bastante da Faculdade de Música, mais do que a de Publicidade até. Mas o que queria da música era uma coisa mais prática, então, resolvi trancar e ter mais tempo pra tocar na noite.

Como é sua rotina aí no Rio?
Não sou muito de sair e quando saio é pra fazer coisas culturais ou com os amigos pra um bar, conversar. Gosto de praia. Não tenho uma rotina muito fixa porque ela é geralmente quebrada por algum fator externo, como o show. Gosto de assistir filmes em casa, de ler, e de ter sempre algum instrumento por perto.

Qual foi o último filme que você viu e gostou?
Gostei muito de Sinédoque, New York, do Charlie Kaufman.

Que instrumentos você toca?
Meu instrumento companheiro é o violão. Estou voltando a tocar guitarra e sei um pouco de piano.
Tem namorada?
Tá falhando a ligação.

Tudo bem, Tiago, posso tentar ligar de novo, pra ver se melhora a ligação?
Isso, liga de novo.

(...)


A gente desconfiou que você não queria responder porque começou a falhar a ligação justo nesta pergunta...
Ah, não falo sobre minha vida pessoal (risos), brincadeira...

Você tem namorada?
Não, estou solteiro.

Já tem alguma previsão pra lançar um novo CD?
Eu estou compondo. Imagino que início de 2010, quando vai completar dois anos do lançamento do meu primeiro CD, é um período bom pra lançar uma coisa nova.

Quer deixar algum recado para as pessoas que vão ir ver seu show?
Quero mandar um abraço pra todo mundo, dizer que estou bastante feliz de voltar pra minha terra e fazer o primeiro show em Porto Alegre. Estou ansioso!